A síndrome do impostor é um termo da Psicologia que se refere a um padrão de comportamento no qual as pessoas ao alcançarem suas conquistas, continuam convencidas de que não mereciam o sucesso conquistado, e podem ser desmascaradas a qualquer momento. Ou seja, mesmo que evidências externas mostrem que aquela pessoa é capaz e merecedora, ela se sente uma fraude.
Questionário síndrome do impostor
Será que você pode ter Síndrome do impostor? Responda rapidamente o questionário abaixo e conferi se você apresenta mesmo os sintomas.
Questionário de 20 questões para identificar se você apresenta características em seu cotidiano da síndrome do impostor. Não deve ser utilizada como base para diagnósticos. E sim como um processo de autoconhecimento, e como um alerta para a necessidade ou não de buscar ajuda de psicólogo.
A escala Clance do Fenômeno do Impostor, foi adaptada para o público brasileiro por Thereza Christina Garcia Bezerra em sua pesquisa acadêmica (referência completa ao final do questionário),
INSTRUÇÕES. Marque a resposta que melhor lhe descreve.
(Referência: Bezerra, Thereza Christina Garcia et al. Escala Clance do Fenômeno do Impostor: Adaptação Brasileira. Psico-USF [online]. 2021, v. 26, n. 2. Escala disponível em: Psico USF Epub 04 Ago 2021. ISSN 2175-3563)
Dicas para lidar com a síndrome do impostor:
Trago algumas dicas como forma de lhe ajudar a passar por essas situações dolorosas. E se você está sendo afetado constantemente pela síndrome do impostor de modo que isso impacte sua vida, procure ajuda psicológica. Com ajuda, resolvemos nossos problemas mais rapidamente e com menos sofrimento.
1. Avalie suas habilidades em busca de evidências
Se você pensa ser incompetente em situações sociais e de desempenho, pare um tempo para fazer uma avaliação realista de suas habilidades.
Anote suas realizações e no que você é bom. Anote onde você chegou (passou em uma prova, está em algum emprego, se está em um relacionamento amoroso gratificante, como realiza as tarefas do cotidiano: casa e família). Repasse os seus projetos mais recentes.
Revise esses pontos e analise quais foram os resultados. Esses resultados são ruins ou são bons? Caso se confirme que não são bons resultados, você identificou algo concreto no qual pode trabalhar e melhorar. E tudo bem, não é preciso fazer as coisas perfeitamente. Faça o seu melhor possível no momento.
Se seu resultado foi bom, anote-o e use-o para relembrar a si mesmo, que naquele momento você foi capaz. Que existe evidências de que você conseguiu e poderá conseguir novamente.
Ao começar a avaliar suas habilidades e dar pequenos passos, pergunte se seus pensamentos são racionais. Afinal, faz sentido que você seja uma fraude, considerando tudo o que sabe sobre o tema/situação?
2. Questione os seus pensamentos
Os nossos pensamentos têm muito poder. O modo como percebermos uma determinada situação ou como nos vemos afeta como iremos nos sentir. Desse modo nossos monólogos interiores negativos, ou seja, a forma como nos cobramos vai fazer nos sentirmos cada vez mais fracassados.
Por isso, da próxima vez que cometer um erro, ao invés de permitir o pensamento: “Não presto pra nada” ou “Sou mesmo péssimo”, tente monitora esse pensamento e reformula-lo para: “Não fiz o melhor trabalho, mas vou me sair melhor na próxima”. Ao reformular a sua linguagem mental, você está reajustando o seu cérebro para que lhe dê mais apoio.
3. Pare de se comparar
Um sintoma comum da síndrome do impostor é comparar-se com os outros e pensar que você é pior do que eles ao realizar as mesmas tarefas (em seu trabalho, com sua família, com sua saúde). Toda vez que você se comparar com os outros em uma situação social, encontrará uma falha em si mesmo que alimenta a sensação de não ser bom o suficiente ou não pertencer.
O uso excessivo das redes sociais pode intensificar esse sentimento de inferioridade, pois ali vemos a vida dos outros através de filtros e situações que as pessoas escolhem mostrar, dando a impressão que elas são mais perfeitas e competentes do que realmente são. Onde mostram padrões que são impossíveis de alcançar.
Para amenizar esse sentimento de comparação tente concentrar-se no que as pessoas estão dizendo, ao invés de ficar observando se parecem mais felizes, mais bonitas, mais inteligentes, se possuem um determinado cargo…
Além de que o fato de que há pessoas ao seu redor/no seu trabalho que são melhores em algumas coisas do que você, não o torna menos digno. E pode ser uma oportunidade de aprender com elas. Da mesma forma, que você tem certos talentos e habilidades que pode compartilhar com os seus colegas para ajudá-los a ter sucesso na função que exercem.
4. Não permita que a insegurança te paralise.
Combater a síndrome do impostor não implica ignorar as emoções. Pelo contrário, a melhor maneira de combater esse sentimento é reconhecer que você está se sentindo mal, que está com medo e cheio de incerteza; e refletir o quanto esse sentimento mostra a realidade ou é só minha percepção?
Como vimos nas etapas anteriores, é comum nos percebemos menos capazes do que realmente somos. Por isso, faça mesmo com medo. Se der errado, use isso como aprendizagem e um termômetro de quais habilidades você precisa melhorar.
É importante lembrar: o fracasso não faz de você uma fraude. Todo ser humano erra, até os melhores atletas erram.
5. Divulgue as próprias conquistas
Não se deixe levar só pelas coisas que deram errado. Da próxima vez que sentir que fez algo bem, comemore. Escreve essa conquista em lembretes, e coloque em algum local que possa ver com frequência.
6. Compartilhe os seus sentimentos
A síndrome do impostor é um sentimento que causa grande isolamento, pois pensamos que só nós nos sentimos assim. Mas é provável que a pessoa ao seus lado, também tenha inseguranças sobre si mesmo.
Quando você mantém os sentimentos de síndrome do impostor em segredo, eles aumentam e tornam-se mais difíceis de lidar. Partilhar desses sentimentos com alguém é uma excelente maneira de reconhecê-los na jornada de superação da síndrome do impostor.
Psicóloga – Terapia Cognitiva Comportamental e Terapia do Esquema – atendimento online de psicoterapia destinada à mulheres (mães ou não). E consultora de Educação e professora há mais de 25 anos. Criadora de materiais didáticos para professores e terapeutas. Autora de livros.