É comum que as pessoas da família e os pediatras perguntem para as mães se o bebê já está engatinhando, como se fosse uma regra do desenvolvimento. Mas na verdade o bebê engatinhar é sim um importante marco do crescimento que além de nos mostrar que essa criança tem saúde motora também irá trazer vários benefícios para seu desenvolvimento.
Contudo saiba que quando dizemos engatinhar, não é necessariamente o movimento clássico de quatro apoios (mãos e joelhos). Muitos bebês irão se arrastar pelo chão com a barriga encostada nesse, ou em três apoios, ou sentados nos chão e se empurrando para frente. Mesmo que o movimento clássico de engatinhar seja positivo para o fortalecimento muscular, os outros modos de locomoção são igualmente importantes.
Como estimular o bebê engatinhar?
A maioria dos bebês começa a engatinhar por volta dos 7 a 11 meses (lembre-se pode ser o movimento clássico ou outro modo de arrastar-se, alguns até ficam de pé pulando essa fase). E tudo bem, cada bebê tem suas preferências. O bebê engatinha só depois que ele consegue ficar sentado sem apoio e sustenta o peso da cabeça para observar o ambiente. Os braços, pernas e músculos das costas devem estar fortes o suficiente para evitar que ele caia.
Os adultos podem auxiliar no processo de aprender a engatinhar ao colocar o bebê de barriga para baixo, em um ambiente seguro. No começo, coloque mais próximo do bebê, já que o foco é brincar e não irritá-lo, mas depois vá afastando o brinquedo, para que a criança avance cada vez mais. De início, o bebê pode ir se arrastando até o objeto que quer, mas, aos poucos, ela passará a engatinhar para alcançá-lo.
E lembre-se de comemorar essa conquista, para incentivar ainda mais. Ofereça sempre a opção de brincadeiras no solo e jamais estimule a criança a engatinhar sobre a cama ou sofá, pois não é estável e pode causar inclusive acidentes sérios.
As vantagens de o bebê engatinhar?
- Auxilia a fortalecer os músculos (das pernas, braços e costas que serão necessários para sustentar a criança em pé posteriormente). Desse modo prepara o bebê melhor para o caminhar, correr e pular.
- Pois melhora a coordenação motora geral e o equilíbrio.
- Engatinhar fortalece ligamentos, que são importantes para a coordenação motora fina (a articulação do polegar é muito estimulada). Isso, no futuro, acaba sendo importante na hora que a criança for desenvolver a escrita e habilidades com os dedos (pegar coisas pequenas, abrir e fechar objetos).
- Aperfeiçoamento das habilidades visuais, como sua percepção espacial e de profundidade (isso terá influência positiva na fase da leitura e escrita e noção de distância).
- O movimento repetitivo do engatinhar ajuda a criança a estimular conexões dos neurônios, o que leva a uma maior concentração, compreensão e memória.
Mas o andador deve ser usado?
Já respondo de primeiro que o andador para bebê não é indicado pela associação de pediatras e não deveria ser usados. Pois suas aparentes vantagens (de manter o bebê protegido enquanto se movimenta, e desse modo dar a mãe mais paz e tempo para fazer suas tarefas) não é válida.
O fato de o bebê poder “correr” alcançando maior velocidade por estar com o apoio do andador é o causador de maiores acidentes do que se o bebê estivesse andando por si e caísse. Quando a criança cai com o andador este vira por cima dela, podendo causar lesões na coluna ao torcer o pescoço ou mesmo morte. Como o andador é largo ao cair a criança não tem também o reflexo de colocar os braços a frente do rosto para se proteger.
Desse modo ao invés de por a criança em um andador, prefira deixá-la em uma espaço que possa andar livremente sem objetos perigosos ou mesmo com auxilio de tapete.
Confira dicas de segurança da casa para seu bebê engatinhar e andar, no nosso Artigo.
Outra desvantagem do andador é o fato de que este costuma fazer a criança a aprender a andar mais tardiamente, pois:
- Como está apoiada na cadeirinha do andador não fortalece suas pernas e coluna.
- Além de empurrarem o andador com as pontas dos pés ao invés aprenderem o movimento correto de caminhar.
- O andador não permite que as crianças vejam os movimentos de suas pernas, e por resultado demoram a compreender essa coordenação motora. Tendo dificuldades de coordenar braços e pernas ao andar posteriormente, tendo mais chances de desequilíbrios e quedas quando estiverem sem o auxilio do aparelho.
- Algumas crianças que utilizam andador por muito tempo tornam-se mais inseguras no momento em que precisam andar sem qualquer apoio, sentindo medo de arriscar.
Além de o bebê que é colocado no andador desde muito jovem, e por isso não engatinhar terá sido privado dos benefícios do ato de engatinhar. Desse modo, economize seu dinheiro descartando esse acessório da rotina do seu bebê.
Prepare-se para essa fase de o bebê engatinhar, pois ele começará a mexer nas coisas e pode correr riscos de queda. Deixe sua casa segura para esse momento e aproveite para brincar com seu bebê e lhe ofertar brinquedos que estimulem seu desenvolvimento.
Boa maternidade para você,
Abraços, Shana Conzatti.
Psicóloga – Terapia Cognitiva Comportamental e Terapia do Esquema – atendimento online de psicoterapia destinada à mulheres (mães ou não). E consultora de Educação e professora há mais de 25 anos. Criadora de materiais didáticos para professores e terapeutas. Autora de livros.